quarta-feira, 21 de julho de 2010

As palavras queimam-me ao chegar à boca...

As palavras queimam-me ao chegar á boca...

As palavras queimam-me ao chegar à boca…
Encontram-se mergulhadas nas águas da memória do tempo…
És meu solstício de Verão na aquiescência dos sentidos,
E nas imagens perpassadas de meus sonhos e pensamentos…
És minha aventura nos devaneios e enleios que tenho à pura e à louca.

Minha planície onde corro entre as searas das tuas vontades,
Vento de uma brisa de um perfume de miríades aromas de flores,
Selvagens e desgovernadas como guisa de uma personalidade envolvente…
Um fogo quente dos teus lábios-amoras que me baqueia na perdição das indigências
Que me afloram a epiderme da alma e me incendeiam com a combustão de amores.

Amores que se matizam no arroubo que me perpetras em meu corpo…
Com tatuagens das viagens realizadas e por realizar no espaço do quarto,
Quarto que é mundo, lugar da natureza inventado, em fantasias narradas
Plêiades de sensações no regaço da tua túnica-nua-cor-de-carne-morena-branca…
Arte de sedução impregnada nos quadros pintados com aguarelas imaginadas.

Fazes-me atingir o Zénite ao inventares-te todos os dias, em cada dia…
Pintamos a manta com retalhos, de amantes figurinos de raras imitações…
Tecemos com linhas cor-de-lua-de mel, os segredos dessa cama de Corcel,
Em que as cortinas te tapam e eu desnudo as tuas vergonhas apudoradas
E escrevemos livros de histórias nas asas das sensibilidades, por nós, galvanizadas.

Cavalgamos em cavalos alados que trotam e voam impulsionados por uma chama…
Damos vozes ás correntes que nos prendem, libertando o pássaro que se quer livre,
E plaina entre os corpos alagados em cascatas que caem para os rios da perdição,
Que se fundem num mar, em que o assombro final é Azul_celestial_explosão,
Daquilo que se quer-deseja-consente-evolui-nasce-desenvolve-culmina na cama.

As palavras queimam-me ao chegar á boca…serão as palavras chamas-labaredas?
Ou teu corpo que em meu corpo, no amplexo de desmesurada e pura combustão,
Se transformam nas energias que sofregamente alimentam os desejos acalentados?
Da Alma recatados, encontrando o eco na expressão de um amor que se quer viver…
E as palavras na boca…queimam-me…com um medo de as fazer nascer…

Cris e van

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